28 de dezembro de 2008

Livro: Análise da Inteligência de Cristo: O Mestre da Sensibilidade


Autor: Augusto Cury



Editora: Academia de Inteligência



Ano: 2000



Páginas: 215



Este livro é o segundo volume de uma série com cinco livros onde Augusto Cury faz uma análise psicológica da personalidade, inteligência e comportamento do filho do Altíssimo, nosso Senhor Jesus Cristo.

O livro é simplesmente fantástico, o primeiro volume eu li já faz algum tempo, mas não tinha encontrado os outros volumes, agora que encontrei irei postá-los aqui logo após lê-los.

Indico a todos, excepcionalmente todos, a leitura desse livro. É perfeito....Segue abaixo algumas partes que eu considerei mais do que perfeitas, portanto dignas de serem destacadas.


Se quisermos observar a inteligência e maturidade de alguém, não devemos analisá-la nas primaveras de sua vida, mas no momento em que atravessa os invernos de sua existência.


Nos terrenos sinuosos da existência é que a lucidez e a maturidade emocional são testadas.
O mestre da escola da vida sabia das limitações humanas, sabia que nos é difícil gerenciar nossas reações nas situações estressantes. Tinha consciência de que facilmente erramos e de que facilmente punimos a nós mesmos ou aos outros. Entretanto, queria de todo modo aliviar o sentimento de culpa que esmagava a emoção e criar um clima tranqüilo e solidário entre os seus discípulos.


Na escola da vida não há graduação. Nessa escola, o melhor aluno não é aquele que tem consciência do quanto sabe, mas do quanto não sabe. Não é aquele que proclama a sua
perfeição, mas o que reconhece suas limitações. Não é aquele que proclama a sua força, mas o que educa a sua sensibilidade.


É fácil expressar serenidade quando nossas vidas transcorrem num jardim, difícil é quando nos
defrontamos com as dores da vida.


Ao que tudo indica, o homem do século XXI será menos criativo do que o do século XX. Há um
clima no ar que denuncia que os homens do futuro serão repetidores de informações, e não pensadores.
A culpa não está nos professores, pois estes possuem um trabalho estressante e, apesar de nem sempre terem salários dignos, ensinam freqüentemente como poetas da inteligência. A culpa está no sistema educacional que se arrasta por séculos, que possui teorias que compreendem pouco tanto o funcionamento multifocal da mente humana como o processo de construção dos pensamentos*. Por isso, enfileira os alunos nas salas de aula e os transforma em espectadores passivos do conhecimento, e não em agentes modificadores da sua história pessoal e social.


Do ponto de vista psiquiátrico, o mestre estava coberto de razão, pois se transformamos as pessoas que sofrem em pobres miseráveis, em vítimas da vida, nós matamos a sua capacidade de criar e de transcender as suas dores. Transformar um paciente numa pobre vítima de sua depressão é um dos maiores riscos da psiquiatria. O homem que enfrenta com inteligência e crítica a sua depressão tem muito mais chances de superá-la. Aqueles que têm medo da dor, não apenas têm mais dificuldade de superá-la, mas mais chances de ficar dependentes do seu terapeuta.


O homem moderno, principalmente o jovem, não sabe lidar com suas limitações, não sabe o que fazer com suas dores e frustrações. Muitos querem que o mundo gravite em torno de si mesmos. Eles têm grande dificuldade de enxergar algo além das suas próprias necessidades. Neste ambiente, a alienação social, a busca do prazer imediato, a agressividade e a dificuldade de se colocar no lugar do outro se cultivam amplamente.


Aliás, o maior favor que alguém pode fazer a uma semente é sepultá-la. Jesus foi uma fagulha que nasceu entre os animais, cresceu numa região desprezada, foi silenciado pela cruz, mas incendiou a história humana.

"Aprendemos cada vez mais a conhecer o pequeníssimo átomo e o imenso espaço, mas não aprendemos a conhecer a nós mesmos, a ser caminhantes nas trajetórias do nosso próprio ser".


Esse mestre era perspicaz. Nenhuma exigência é tão grande e tão singela como a de amar. Em suas biografias, pode se compreender que, ao contrário do governo humano que primeiramente cobra os impostos e depois os retorna em benefícios sociais, o "reino de Deus" não cobra nada inicialmente. Ele primeiramente supre uma série de coisas ao homem: dá o espetáculo da vida, o ar para se respirar, a terra para se arar, a mente para pensar e um mundo belo para se emocionar. Após dar gratuitamente todas essas coisas durante a curta existência humana, ele cobrará o retorno.
Para alguém que deu tanto, era de se esperar uma cobrança enorme, tal como a servidão completa dos homens. Mas para o nosso espanto, Cristo discursou que a maior cobrança do Criador será a mais sublime emoção, o amor. Para ele, aquilo que os poetas viram em suas miragens, o amor, deveria permear a história de cada ser humano.


A rigidez é o câncer da alma. Ela não apenas fere os outros, mas pode se tornar a mais drástica ferramenta autodestrutiva do homem. Até pessoas interiormente belas podem se autoferir muito, seforem rígidas e estreitas na maneira de pensar seus transtornos psíquicos. Em psicoterapia, uma das metas mais difíceis de ser alcançada é romper a rigidez intelectual dos pacientes, principalmente se já passaram por tratamentos frustrantes, e conduzi-los a abrir as janelas de suas mentes e renovar as suas esperanças.
As pessoas que acham que seu problema não tem solução criam uma barreira intransponível dentro de si mesmas. Assim, até doenças tratáveis, como a depressão, o transtorno obsessivo e a síndrome do pânico, se tornam resistentes.
Não importa o tamanho do nosso problema, mas a maneira como o vemos e o enfrentamos.
Precisamos desengessar nossas inteligências e enxergar as pessoas, os conflitos sociais e as dificuldades da vida sem medo, de maneira aberta e multifocal.
Nós provocamos as pessoas rígidas e as tornamos mais agressivas ainda. Ele, ao contrário, com brandura instigava a inteligência delas e acalmava as águas da emoção.


Precisamos aprender a proteger nossas emoções quando ofendidos, agredidos, pressionados,
coagidos e rejeitados, caso contrário, a emoção sempre abortará a razão. A conseqüência imediata dessa falta de defesa emocional é reagirmos irracional e unifocalmente, e não multifocalmente.


Precisamos abrir o leque de nossas mentes e pensar em diversas alternativas diante dos desafios da vida. O mestre, antes de dar qualquer resposta, honrava sua capacidade de pensar e pensava com liberdade e consciência, depois desferia suas brilhantes idéias. Somente alguém que é livre por dentro não é escravo das respostas.


Quem gravita em torno dos problemas e não aprende a fazer um "stop introspectivo", ou seja, parar e pensar antes de reagir, faz das pequenas barreiras obstáculos intransponíveis, das pequenas dificuldades problemas insolúveis, das pequenas decepções um mar de sofrimento. Infelizmente, por não exercitar a arte de pensar, tendemos a transformar uma barata num dinossauro.


O mestre de Nazaré, por meio de sua intrigante e silenciosa atitude, vacinou seus discípulos contra o individualismo. Inaugurou uma nova forma de viver e de se relacionar. Introduziu no cerne deles a necessidade de tolerância, de busca de ajuda mútua, de aprender a se doar.
Embora a temporalidade da vida seja breve, ela é suficientemente longa para se errar muito. Temos atitudes individualistas, egocêntricas, simulatórias, agressivas. Julgamos sem tolerância as pessoas que mais amamos. Rejeitamos as pessoas que nos contrariam. Prometemos a nós mesmos que iremos, de agora em diante, pensar antes de reagir, mas o tempo passa e, freqüentemente, continuamos vítimas de nossa impulsividade. Temos enormes dificuldades de enxergar o mundo com os olhos dos outros.


Queremos que primeiramente o mundo gravite em torno de nossas necessidades para depois pensarmos nas necessidades daqueles que nos circundam. Somos rápidos para reclamar e lentos para agradecer.


Produzimos um universo de pensamentos absurdos que conspiram contra a nossa própria qualidade de vida e não temos disposição e, às vezes, nem habilidade para reciclá-los.
Todos falhamos continuamente em nossa história de vida. Só não consegue admitir sua fragilidade quem é incapaz de olhar para dentro de si mesmo ou quem possui uma vida sem qualquer princípio ético. Por detrás das pessoas mais moralistas, que vivem apontando o dedo para os outros, existe, no palco de suas mentes, um mundo de idéias nada puritanas.


Somente o amor pode cumprir espontânea e prazerosamente todos os preceitos. Somente ele dá sentido à vida e faz com que ela, mesmo com todos os seus percalços, seja uma aventura tão bela que rompe a rotina e renova as forças a cada manhã. O amor transforma miseráveis em homens felizes; a ausência do amor transforma ricos em miseráveis.


Somente os fortes conseguem admitir suas fragilidades. Aqueles que são fortes por fora são de fato frágeis, pois se escondem atrás de suas defesas, de seus gestos agressivos, de sua auto-suficiência, de sua incapacidade de reconhecer erros e dificuldades.


Precisamos aprender a penetrar no mundo das pessoas. A arte de ouvir deveria fazer parte de nossa rotina de vida. Todavia, pouco a desenvolvemos. Somos ótimos para julgar e apontar o dedo para a falha dos outros, mas péssimos para ouvi-los e acolhê-los. Para desenvolver a arte de ouvir é preciso ter sensibilidade, é preciso ouvir aquilo que as palavras não dizem, é preciso escutar o silêncio..


Muitos de nós somos intolerantes quando as pessoas nos frustram. Não toleramos seus erros, não aceitamos suas dificuldades nem a lentidão em aprender determinadas lições. Esgotamos nossa paciência quando os comportamentos delas não correspondem às nossas expectativas. O mestre era diferente, nunca desanimava dos seus amados discípulos, nunca perdia a esperança neles, ainda que o decepcionassem intensamente. Com o mestre da escola da vida, aprendemos que a maturidade de uma pessoa não é medida pela cultura e eloqüência que possui, mas pela esperança e paciência que transborda, pela capacidade de estimular as pessoas a usarem os seus erros como tijolos da sabedoria.


Não é a quantidade dos estímulos estressantes que nos faz sofrer, mas a qualidade deles. A dor da traição é indescritível.


Nada preserva mais a emoção do que diminuir a expectativa que temos das pessoas que nos circundam. Toda vez que esperamos demais delas temos grandes possibilidades de cair nas raias da decepção.


Somos iguais ao mestre? Quando estamos ansiosos, qualquer problema vira um monstro. Ficamos instáveis e irritáveis. Nossa gentileza se esfacela, nossa lucidez se evapora, motivo pelo qual agredimos facilmente as pessoas que nos circundam. Alguns, infelizmente, fazem dos seus íntimos um depósito da sua ansiedade. Descarregam neles seu lixo emocional. Praticam uma violência não prevista nos códigos penais, mas que lesa o cerne da alma, o direito personalíssimo ao prazer de viver.


A personalidade precisa de transformação, e não de milagres. Expandir a arte de pensar, aprender a filtrar os estímulos estressantes, investir em sabedoria nos invernos da vida são funções nobilíssimas da personalidade que não se conquistam facilmente, nem em pouco tempo.


Nós fazemos o "velório antes do tempo", sofremos por antecipação. Os problemas ainda não
aconteceram e talvez nunca venham a acontecer, mas destruímos nossa emoção por vivê-los antes do tempo. O mestre de Nazaré só sofria quando os acontecimentos batiam-lhe à porta. Somente possuindo uma emoção tão livre como aquela, ele poderia, a menos de 24 horas de sua tortura na cruz, ter disposição para jantar e cantar com seus discípulos e suplicar a Deus para que eles tivessem um prazer completo.


Tudo o que pensamos e sentimos é registrado automática e involuntariamente pelo fenômeno RAM.
Este fenômeno tem mais afinidade com as experiências que têm mais "volume" emocional, ou seja, registra-as de maneira mais privilegiada. Por isso, "recordamos" com mais facilidade as experiências que nos deram mais tristezas ou alegrias.
Cuidamos da higiene bucal, do barulho do carro, do vazamento de água, mas não cuidamos da
qualidade de pensamentos e emoções que transitam em nossas mentes. Estes, uma vez arquivados, nunca mais podem ser deletados, somente reescritos. Por isso, o tratamento psiquiátrico e psicoterapêutico não é cirúrgico, mas um lento processo. Logo, também é difícil, mas não impossível, mudar as características de nossas personalidades.
É mais fácil, como Cristo fazia, proteger a emoção ou reciclá-la rapidamente quando a sentimos do que reescrevê-la depois de registrada nos arquivos inconscientes da memória. Ele gozava de uma saúde emocional impressionante, pois superava continuamente as ofensas, as dificuldades e as frustrações que vivia. Portanto, o fenômeno RAM não registrava experiências negativas em sua memória, pois simplesmente ele não as produzia em sua mente.
Cristo não fazia de sua memória um depósito de lixo, pois não conseguia guardar mágoa de
ninguém. Podia ser ofendido e injuriado, mas as ofensas não invadiam o território da sua emoção. A psicologia do perdão que ele amplamente divulgava não apenas aliviava as pessoas perdoadas, mas as transformava em pessoas livres e tranqüilas.


Para nós que pesquisamos a inteligência e o funcionamento da mente não existe a fama. Ela é um artifício social. Ninguém está acima dos outros ou é mais importante do que eles. É interessante notar que o mestre de Nazaré pensava exatamente desse modo. Tanto as pessoas famosas como aquelas que estão no anonimato possuem o status de ser humano. Portanto, são dignas do mesmo respeito, pois possuem os mesmos fenômenos inconscientes que lêem a memória e constroem as cadeias de pensamentos, a consciência e a totalidade da inteligência.
Dentro do homem deve estar a sua felicidade, e não dentro do que os outros pensam e falam dele.
Os mais eloqüentes filósofos, pensadores e cientistas, se tivessem estudado a personalidade de
Cristo, teriam compreendido que ele atingiu não apenas o ápice da inteligência, mas também o apogeu da saúde emocional e intelectual.


Os homens gostam de ser deuses, mas aquele que se colocava como filho de Deus gostava de ser homem.


O tempo de lidar com os problemas futuros deveria ser apenas o período suficiente para nos dar condições para nos equiparmos e superá-los. Sofrer por um câncer que não existe, por uma crise financeira que não se sabe se ocorrerá, uma dificuldade ainda distante, é se autoflagelar inutilmente.
Infelizmente, uma das características mais universais do homo sapiens, dessa espécie inigualável da qual fazemos parte, é sofrer por antecipação. A construção de pensamentos, que deveria gerar um oásis de prazer, produz muitas vezes um espetáculo de terror, o que nos expõe com freqüência a transtornos psíquicos. Não poucas pessoas cultas e aparentemente saudáveis sofrem secretamente dentro de si mesmas.
Não deveríamos ficar pensando dias, semanas ou meses antes dos fatos acontecerem, a não ser se tivéssemos a capacidade de não envolver a emoção com as cadeias de pensamentos, pois é ela a grande vilã que rouba energia cerebral. A atividade do pensamento, quando está envolvida com tensão, apreensão e angústia, gasta duas, três ou dez vezes mais energia do que se estivesse desvinculada dela.
Se pudéssemos usar nossa capacidade reflexiva sem empregar a ansiedade, então poderíamos ficar pensando nos fatos muito tempo antes de eles ocorrerem. Mas eu não conheço quem tenha tal habilidade. Os vínculos da emoção com os pensamentos acompanham toda a história de formação da personalidade.
Uma análise psicológica estrita da personalidade de Cristo indica que ele teve tal habilidade.

Só envolveu a emoção tensa na sua produção de pensamentos horas antes de morrer


Somente os fortes poupam o sangue e são capazes de usar os pequenos orvalhos do diálogo, da afetividade e da tolerância para arar e irrigar o solo árido dos obstáculos que estão à sua frente.


"Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a Tua vontade".
Essas palavras indicam que ele se convenceu de que não era possível ficar sem beber o cálice.
Essa mudança de discurso revela que ele tinha um Pai que não era fruto de sua imaginação, de uma alucinação psicótica. Uma alucinação e um delírio psicótico são produzidos quando uma pessoa perde os parâmetros da realidade e começa a construir, sem consciência crítica, uma série de pensamentos fantasiosos que ela considera que são reais. Quando produzem imagens ou pensamentos ligados a seres ou pessoas, ela crê contundentemente que eles não foram produzidos por si mesma, mas pertencem a outro ser real que está fora dela. Assim, ouve-se voz inexistente, vêem-se imagens irreais e têm-se sensações estranhas e idéias infundadas. Por isso, se fizermos um diálogo um pouco mais investigativo com uma pessoa que está em surto psicótico, perceberemos facilmente a incoerência intelectual, a dificuldade consistente no gerenciamento dos pensamentos e a perda dos parâmetros da realidade.
Cristo não alucinava ou delirava quando dialogava com o seu Pai. Pelo contrário, além de ser
coerente e lúcido, desenvolveu, como tenho dito, as funções da inteligência em patamares jamais sonhados pela psiquiatria e pela psicologia.

26 de dezembro de 2008

Livro: Inteligência Emocional




Autor: Daniel Golemam

Editora: Objetiva

Ano: 1996



372 páginas



CURA DA DEPRESSÃO
Um dos mais potentes - e, fora de terapia, pouco usados - antídotos para a depressão é ver as coisas de uma maneira diferente, ou contenção cognitiva. É natural lamentar o fim de um relacionamento e revolver-se em idéias de autopiedade, como a convicção de que "meu destino é ficar sem ninguém", mas tal atitude certamente causa mais desespero. Contudo, recuar e pensar nos aspectos em que o relacionamento não era assim tão sensacional, e nas coisas que os dois não combinavam - em outras palavras, ver a perda de um modo diferente, a uma luz mais positiva - é um antídoto para a tristeza. Do mesmo modo, pacientes de câncer, independentemente da seriedade da doença, ficavam com melhor estado de espírito quando eram capazes de se lembrar que havia outro paciente pior do que eles ("Eu não estou tão ruim assim - pelo menos posso andar"); os que se comparavam com pessoas saudáveis eram os mais deprimidos. Essa comparação com quem está pior é surpreendentemente animadora: de repente, o que parecia inteiramente desencorajador não se mostra tão ruim assim.
Outro eficaz supressor da depressão é prestar ajuda a quem necessita.Como a depressão se nutre de ruminações e preocupações com o ego, ajudar os outros nos tira dessas preocupações, na medida em que entramos em empatia com outras pessoas e seus próprios sofrimentos. Lançar-se no trabalho voluntário, aparecia como um dos mais poderosos modificadores de espírito no estudo de Diane Tice. Mas também um dos mais raros.
Finalmente, pelo menos algumas pessoas saem da melancolia voltando-se para um poder transcendente. Diane me disse:
- A prece, quando se é muito religioso, funciona para todos os estados de espírito, sobretudo a depressão.
(p. 87 e 88).



TREINAMENTO
Como essas manobras podem ser necessárias no calor do confronto, quando certamente a estimulação sensorial estará alta, têm de ser superaprendidas, para podermos usá-las quando necessário. Isso se deve ao fato de que o cerébro emocional aplica as respostas aprendidas no início da vida durante repetidos momentos de raiva e dor e, portanto, se torna dominante. Como memória e resposta são específicas das emoções, nesses momentos, as reações associadas a tempos mais calmos são menos fáceis de serem evocadas para servirem de base para a ação. Se uma resposta emocional mais produtiva é desconhecida ou não foi bem treinada para se tornar automática, há maior possibilidade de expressar-se quando ocorrerem crises emocionais. Por esses motivos, as estratégias acima precisam ser testadas e ensaiadas em choques não tão tensos, não no calor da batalha, para que funcionem como uma primeira resposta adquirida (ou pelo menos uma segunda resposta não muito atrasada) no repertório dos circuitos emocionais. Em essência, esses antídotos para a desintegração conjugal são uma pequena educação remediadora em inteligência emocional.
(p. 161)



NEGÓCIOS
O custo benefício proporcionado pela inteligência emocional é uma idéia relativamente nova nas empresas, que alguns administradores hesitam em levar em consideração. Uma pesquisa feita junto a 250 executivos constatou que a maioria achava que no trabalho deveriam usar "a cabeça, e não o coração". Muitos disseram temer que a empatia ou a solidariedade para com aqueles com quem trabalhavam os pusessem em conflito com as metas organizacionais. Um deles achava que a hipótese de sentir os sentimentos daqueles com quem trabalhava era absurda - seria, disse, "impossível lidar com as pessoas". Outros argumentaram que, caso não mantivessem um distanciamento afetivo, não seriam capazes de tomar as decisões "duras" que os negócios exigem - embora a probabilidade seja de que pudessem tomar essas decisões de um modo mais humano.
A pesquisa foi feita na década de 70, quando o cenário no mundo dos negócios era muito diferente. O que quero dizer é que, hoje, esse tipo de atitude é obsoleta, em luxo de dias passados: uma nova realidade competitiva impôe a utulização da inteligência emocional no ambiente de trabalho e no mercado. Como observou Shoshona Zuboff, psicóloga da escola de Comércio de Harvard, "as empresas passaram por uma radical revolução neste século e, consequentemente, o cenário emocional também mudou. Houve um longo período de dominação administrativa na hierarquia empresarial, quando se premiava o chefe manipulador, o combatente na selva. Mas essa hierarquia rígida começou a desmoronar na década de 80, sob pressões vindas tanto da globalização como da tecnologia de informação. O combatente na selva hoje simboliza o que as empresas serão amanhã.
Essa observação faz sentido - imaginem as consequencias para um grupo de trabalho em que um dos participantes não pode expressar sua raiva e não é sensível ao que sentem as pessoas à sua volta. Todos os efeitos deletérios de pertubação do pensamento vistos no capítulo 6 também se aplicam ao ambiente de trabalho: quando emocionalmente pertubadas, as pessoas não se lembram, não acompanham, não aprendem nem tomam decisões com clareza. Como disse um consultor administrativo: " A tensão idiotiza as pessoas".
Do lado postivo, imaginem como são proveitosas para o trabalho as aptidões emocionais básicas - estar sintonizado com os sentimentos daqueles com quem tratamos, saber lidar com discordâncias para que elas não cresçam, saber entrar em fluxo na execução de um trabalho. Liderar não é dominar, mas, sim a arte de convencer as pessoas a trabalharem em vistas a um objetivo comum. E, em termos de condução da própria carreira, talvez não haja nada mais essencial do que saber o que sentimos a respeito do quê - e que mudanças nos deixariam de fato satisfeitos com o nosso trabalho.
Um motivo menos óbvio para que as aptidões emocionais devam ser a prioridade número um no plano das habilidades empresariais é o fato de promoverem mudanças radicais no ambiente de trabalho. Vou explicar o que quero dizer identificando a importância que há na utilização de três tipos de aptidões da inteligência emocional: poder externar reclamações sob a forma de críticas construtivas, criar uma atmosfera em que a diversidade não se constitua numa fonte de discórdia e onde o trabalho em equipe seja eficaz.
(p. 163 e 164)



SABER CRITICAR
Seja específico: Pegue um incidente importante, um fato que ilustre um problema crítico que precise ser resolvido, ou um padrão de deficiência, como a incapacidade de realizar bem determinadas etapas de um serviço. É desmoralizante simplesmente ouvir que estamos fazendo "alguma coisa errada", sem saber que coisas são essas para que possamos corrigi-las. Concentre-se nos detalhes, dizendo o que a pessoa faz bem, o que fez mal, dando-lhe a oportunidade de mudar. Não faça rodeios, nem seja indireto ou evasivo; isso confundirá a verdadeira mensagem. Este conselho, evidentemente é semelhante ao dado aos casais sobre a declaração "xyz" de uma queixa; diga exatamente qual é problema, o que está errado ou como o faz sentir, e o que pode mudar.
- A especificidade - diz Levinson - é taõ importante no elogio quanto na crítica. Não vou dizer que o elogio vago não tenha nenhum efeito, mas não tem muito, e não se pode aprender com ele.
Ofereça uma solução: A crítica, como todo feedback útil, deve ser acompanhada uma sugestão para resolver o problema. De outro modo, deixa quem a recebe frustrado, desmoralizado ou desmotivado. A crítica pode abrir portas para outras alternativas de que a pessoa não se dera conta ou simplesmente sensibizar para deficiências que exigem atenção - mas deve incluir sugestões sobre como cuidar desses problemas.
Faça a crítica pessoalmente: As críticas, como os elogios, são mais efetivas cara a cara e em particular. As pessoas que não se sentem à vontade para fazer críticas - ou um elogio - provavelmente devem querer fazê-lo a distância, através de um memorando, por exemplo. Mas esta é uma forma de comunicação muito impessoal e rouba da pessoa que a recebe a oportunidade de responder ou de prestar esclarecimentos.
Seja sensível: Este é um apelo pela empatia, para estar sintonizado com o impacto que você provoca com o que diz sobre a pessoa a quem você se dirige. Levinson observa que os administradores que têm pouca empatia são mais inclinados a dar feedback de uma maneira de machuca, com o arrepiante sarcasmo. Feito dessa forma, crítica é destrutiva; em vez de abrir caminho para uma correção, cria um revide emocional de ressentimento, raiva, defensidade e distanciamento.
Levinson também dá alguns conselhos emocionais para os que recebem a crítica. Um deles é vê-la como uma informação valiosa para aprimorar o seu próprio trabalho, e não como um ataque pessoal. Outro é manter vigilância sobre o impulso para cair na defensiva, em vez de assumir a responsabilidade. E, caso seja muito pertubador, peça para continuar a conversa mais tarde, após o período necessário para a absorção da mensagem difícil e para esfriar um pouco. Finalmente, ele aconselha as pessoas a verem a crítica como uma oportunidade de trabalhar junto com quem critica, para resolver o problema, e não como uma situação de confrontamento. Todos esses sábios conselhos, é claro, fazem eco com as sugestões oferecidas a casais que tentar lidar com suas queixas sem causar danos permanentes a seu relacionamento. Assim no casamento como no trabalho.
(168 e 169).

19 de dezembro de 2008

Livro: Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?



Autores: Allan e Bárbara Pease
Editora: Sextante
11ª edição, ano: 2000
240 páginas
Esse livro é muito bom pra relacionamentos e também para o auto-conhecimento. Ele basicamente fala sobre as diferenças entre homens e mulheres e como isso influencia no comportamento nosso de cada dia.
A seguir um trecho muito interessante para homens compromissados:
"POR QUE OS HOMENS EVITAM COMPROMISSOS?
O homem casado ou que tem relacionamento estável sempre sonha em segredo com o festival de sexo e divertimento que os solteiros aproveitam. Imagina as festas, as aventuras, a liberdade e banheiras cheias de lindas mulheres peladas. Tem medo de estar perdendo oportunidades que não voltam mais. Ainda que, quando solteiro, nunca houvesse tido essas oportunidades. Esquece as noites que passou sozinho jantando comida enlatada fria, o fora que levou na frente dos amigos e os longos jejuns de sexo. Mas não consegue evitar a relação que faz entre compromisso e oportunidades perdidas.
O HOMEM PREFERE ESPERAR PELA MULHER IDEAL, MAS, COM O PASSAR DO TEMPO, SÓ O QUE CONSEGUE É FICAR MAIS VELHO." p. 205

12 de dezembro de 2008

Livro: A culpa é da genética


Autores: Terry Burnham e Jay Phelan


Editora: Sextante


Ano:


Páginas: 240


Por que é tão difícil perder peso, economizar dinheiro e ser fiel?


Por que queremos – e fazemos – tantas coisas que nos trazem problemas?


A Culpa é da Genética é um livro que mostra de forma acessível e bem humorada a decisiva influência dos genes em nosso comportamento.


Com capítulos sobre dívidas, gordura, drogas, risco, ganância, gênero, beleza, infidelidade, família, amigos e inimigos, os autores demonstram que os mesmos genes que ajudaram nossos antigos ancestrais a sobreviver nos levam a ter comportamentos inadequados no mundo moderno.

Ele mostra como a consciência destas descobertas científicas pode ser transformada em passos práticos e realistas para domar nossos instintos primitivos e melhorar nossas vidas.

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"Por que travamos batalhas para controlar nosso próprio comportamento? E por que essas batalhas são tão difíceis de vencer? Por acaso os cães e gatos são obcecados pelo controle de seus vícios, de seu peso e pela fidelidade a seus parceiros? Os chimpanzés ficam pensando se deveriam ser menos egoístas? "


A fonte de nossos problemas de autocontrole está dentro de nós, em nossos genes. Nossos genes nos predispõem a certos erros. Mas não podemos sair e deixá-los para trás.


Em nossa vida diária apresentam-se dois caminhos. Um deles nos tenta a seguir nossos impulsos e paixões. Comer até saciar a fome. Permanecer leal e fiel apenas enquanto isso trouxer vantagens. Se uma coisa for agradável, repeti-la. Se doer, evitá-la.


A alternativa é o caminho de maior resistência, em que assumimos o controle e tomamos nossas próprias decisões. Junto com as paixões, os genes criaram a força de vontade e a capacidade de controlar conscientemente o comportamento. Com essas capacidades exclusivamente humanas, podemos superar nossos instintos animais.


A Culpa é da Genética se propõe a traçar caminhos possíveis para essa superação. O primeiro passo é entender nossa natureza animal, os desejos que nos trazem problemas e que podem nos levar à infelicidade. O segundo é utilizar esse conhecimento para que possamos domar nossos instintos.